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27 de abril de 2011

Especialistas: abusar dos fones de ouvido pode causar danos à audição


Atualmente, é praticamente impossível entrar em ônibus, metrô ou até mesmo numa sala de aula ou ambiente de trabalho sem se deparar com alguém plugado num fone de ouvido. No entanto, este hábito cada vez mais difundido – especialmente entre jovens e adolescentes pode causar problemas auditivos. Tudo depende do volume e do tempo em que se usa o fone.
Como a perda auditiva causada pelo abuso dos fones é lenta e progressiva, estima-se que os jovens de hoje apresentem sintomas da perda auditiva consideravelmente mais precoce que as gerações que não tiveram acesso a tal tecnologia – diz a fonoaudióloga Heidi Baeck.
Este alerta é compartilhado por uma série de especialistas, que também acreditam que a exposição prolongada a ruídos altos vem contribuindo para formar o que o otorrinolaringologista Ektor Onishi chama de “uma geração de surdos”. E, especialmente no caso dos jovens, um dos grandes vilões da audição é justamente o fone de ouvido.
O problema, segundo os especialistas, não é somente o uso do fone, mas o volume das músicas ouvidas. Como se tornaram parte da vida urbana, sendo utilizados com frequência em transportes públicos e durante exercícios, é comum que os usuários de players portáteis escutem o som muito alto, numa tentativa de se isolar ou “competir” com o ruído externo.

Como resultado, são expostos a um som mais intenso que o recomendável e, em longo prazo, essa prática pode causar danos irreversíveis à audição.
Segundo a fonoaudióloga Heidi Baeck, o volume dos fones de ouvido pode ir de 90 a 100 decibéis.
 Estudos comprovam que ouvir frequentemente sons de mais de 85 decibéis já causam perda auditiva considerável – explica Baeck. – Num volume médio, a intensidade de som dos fones de ouvido gira em torno de 60 ou 70 decibéis.
A fonoaudióloga ainda complementa que o tipo de fone utilizado também é importante: os fones de inserção – que geralmente vêm com os aparelhos – são mais prejudiciais, uma vez que toda a pressão sonora é conduzida para dentro do ouvido médio e, depois, para o interno, onde efetivamente ocorre a lesão.
Um dos agravantes é que muitas pessoas que já sofreram algum tipo de dano auditivo sequer sabem disso e, quando se convencem de que precisam procurar ajuda médica, a perda auditiva já está avançada e não há medicamentos ou cirurgias capazes de reverter o dano:
 Um dos grandes problemas com a perda da audição é que o começo da surdez é imperceptível – completa Onishi. – Ela não dói, não arde, não coça e não deforma. Por isso, demora a ser diagnosticada.
Segundo o médico, que ressalta a importância de um diagnóstico precoce, alguns dos sintomas de audição prejudicada podem até ser de natureza não-auditiva: dores de cabeça, insônia, aumento de pressão e até sintomas gástricos podem ser sinais de que seu corpo está em um “ambiente de estresse” devido a um ruído excessivo.

De acordo com Heidi, outros sintomas como estresse, cansaço e até dificuldade para acompanhar conversas em lugares cheios também podem ser sinais de danos à audição.
Apesar dos riscos, ouvir MP3 não causa danos à audição se for usado com bom senso e sem exagero. O ideal é não colocar no volume máximo nem ficar muitas horas com o fone no ouvido.
Para realizar esse controle, é sugerido que o usuário do aparelho tente conversar com pessoas do mesmo ambiente enquanto estiver ouvindo música; caso não consiga ouvi-los, é sinal de que o volume está muito alto. A fonoaudióloga Heidi Baeck também sugere um pequeno “teste”:
 Desligue o aparelho quando estiver na rua, no volume que estiver no momento. Após chegar em casa, ligue-o novamente. Se o volume estiver incômodo nesse ambiente mais silencioso, é porque o som está muito alto.

Fonte: JB Online
Edição: F.C.
14.09.2009

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